De acordo com Bento Zanzini, diretor de seguros de pessoas do grupo segurador BB/Mapfre, o custo do seguro educacional costuma ficar, em média, entre 2% e 3% do valor da mensalidade, o que é considerado baixo por especialistas.

Segundo o consultor financeiro e fundador da Academia do Dinheiro, Mauro Calil, o seguro educacional deve ser considerado principalmente por quem não tem reservas financeiras de emergência – como uma poupança suficiente para sustentar a família por um período de seis meses a um ano – nem um seguro de vida com cobertura para invalidez.

Caso a preocupação da família seja puramente a educação, vale a pena comparar o custo do seguro educacional com o custo de um seguro de vida capaz de cobrir o mesmo valor.

“Suponha que seu filho precise de 300 mil reais, ao longo da vida, para custear os estudos. Quanto custa uma apólice de seguro de vida neste valor? Depois, basta comparar com o custo total do seguro educacional que está sendo oferecido, para ver qual é mais barato”, explica o consultor.

Calil acrescenta que esta conta não precisa considerar uma taxa de inflação, uma vez que o valor segurado também é corrigido, conforme as mensalidades escolares vão aumentando.

Em se tratando de um aluno adulto que seja o responsável por pagar seus estudos superiores, essa comparação pode ser feita com o custo de um seguro contra invalidez temporária e permanente.

Um ponto de atenção: se o responsável financeiro já tiver um plano de previdência privada, ele deve verificar se esse plano já não oferece seguro educacional, para não pagar duas vezes pelo mesmo produto.

O CFP Eduardo da Cunha, planejador financeiro certificado pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) acha que, em alguns casos, o seguro educacional pode valer a pena até para quem tem reservas ou seguro de vida.

É o que ocorre quando um dos pais – aquele que não é o responsável financeiro da família – não sabe lidar bem com as finanças, por exemplo.

Nesses casos, se o responsável financeiro morrer, o outro pode não saber administrar o dinheiro das reservas ou do seguro de vida corretamente, de modo a garantir a conclusão do estudo dos filhos.

Outro fator que pode pesar no momento de uma morte na família é o impacto emocional. “Quem faz o seguro educacional já sabe que, na sua falta, a educação dos filhos está garantida”, observa Cunha.

Mauro Calil acrescenta que, se houver espaço para negociar o valor do prêmio, o ideal é baixá-lo para, pelo menos, 1% do valor da mensalidade. “O risco provavelmente é mais baixo que 3%. Afinal, não morrem três pais de alunos a cada cem”, diz Calil.

Cuidado com as restrições

É importante ler a apólice para se certificar das coberturas. Há cobertura por morte acidental? E invalidez por acidente? O que acontece em caso de repetência do aluno?

Além disso, é fundamental caracterizar bem quem é o responsável financeiro. “Hoje é muito comum que os casais se separem e que o pai fique como responsável financeiro pelo filho, enquanto que a mãe é quem, na prática, responde por ele. É preciso ver em qual das declarações de IR o filho aparece como dependente”, explica Bento Zanzini.

É fundamental também responder à declaração de saúde corretamente. Morte ou invalidez por causa de uma condição pré-existente não declarada muito provavelmente não será coberta.

“Se houver uma pré-existência declarada, a seguradora pode aceitar ou não o risco”, diz o diretor de seguros de pessoas do grupo BB/Mapfre.