Depois de um ano para baixo, o setor começa a se recuperar enquanto se moderniza e ganha novos e fortes concorrentes Por Denise Bueno A pandemia acelerou o redesenho cio mercado segurador, como resultado de um amplo processo de mudanças tecnológicas, ainda em curso, e também em função de aperfeiçoamentos regulatórios. Leia a matéria completa no portal do Valor Econômico.

As grandes transformações que moldam o setor mexem com o mercado de forma intensa, como aponta Antonio Trindade, presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). Essa intensidade, segundo ele, vem marcando o ano de 2021, principalmente no ambiente regulatório. Ele classifica as mudanças de positivas. “As seguradoras estão menos amarradas para criar produtos, mas é preciso levar em conta tanto os prazos como os recursos financeiros necessários para viabilizar tantas mudanças”, afirma. A ideia de ampliar a oferta e baratear os produtos é benéfica, mas o horizonte de maturação, segundo ele, ainda não está claro.

Um ponto levantado por boa parte dos seguradores é a falta de menção ao corretor de seguros no open insurance. Qual será o papel do corretor de seguros nesse processo? “A Tokio Marine, por exemplo, é uma seguradora cujo principal canal de distribuição é o corretor, e nós não vislumbramos a exclusão desse profissional em nenhuma das nossas iniciativas, ao contrário”, questiona José Adalberto Ferrara, presidente da seguradora. “Por vários ângulos, vemos que o setor e a sociedade serão beneficiados com todo o processo”, afirma Solange. Tanto que, entre as 109 insurtechs contabilizadas pela consultoria Distrito no Brasil no primeiro semestre deste ano, várias são plataformas digitais dedicadas à comercialização de seguros, com corretores entre os acionistas.

Os números segmentados mostram que o desempenho não foi homogêneo. O segmento rural, por exemplo, cresceu 37,9% no primeiro semestre, seguido por responsabilidade civil (37,4%), transporte (34,1%), riscos patrimoniais (20,7%) e residencial (19,1%). “A demanda está aquecida, mas dependemos também de como vão caminhar a política e a economia”, avalia Marcio Coriolano, presidente da CNseg. Segundo ele, se tudo correr bem, a expectativa é fechar o ano com crescimento nominal de 12,5%. Se depender apenas do esforço das companhias, a previsão de crescimento das vendas pode se confirmar, mas o lucro ainda deve ser impactado no terceiro trimestre. Ivan Gontijo, presidente da Bradesco Seguros, destaca que as vendas por meio dos canais digitais cresceram 80% de janeiro a junho de 2021, com aumento de 62% na quantidade de itens distribuídos. O lucro, por sua vez, registrou recuo de 29,7% no primeiro semestre de 2021, para R$ 4,7 bilhões, comparado com o mesmo período anterior.

Fonte: Sonho Seguro- Denise Bueno / Valor 100