Uma empresa de seguros, que encerrou as atividades em Divinópolis, se tornou alvo de denúncias no Procon da cidade. Conforme o órgão de defesa do consumidor, pelo menos 10 pessoas apresentaram reclamações contra a empresa por falta de pagamento do seguro contratado.

O MGTV tentou falar com a advogada e um representante da empresa em Divinópolis, mas ninguém atendeu às ligações.

Irregularidade

O gerente do Procon em Divinópolis, Ulisses Damas Couto, explicou que a seguradora também atendia de forma irregular, uma vez que estava registrada como associação de proteção automotiva.

“As empresas dessa natureza [associação de proteção automotiva] não possuem regulamentação da Susep, a Superintendência de Seguros Privados. A seguradora, além de possuir regulamentação da Susep, é uma instituição que tem um amparo de uma instituição financeira para fazer a cobertura. No caso das associações, não existe essa cobertura. As indenizações são divididas entre os associados”, observa Couto.

Ainda segundo o gerente do Procon, o risco de uma associação atender como seguradora é ficar sem recursos para as indenizações características desse tipo de serviço.

Prejuízo

O produtor artístico Romero Franklin de Sousa sofreu um acidente em outubro de 2017 e perdeu o carro. Como havia contratado o serviço da associação, não se preocupou. No entanto, ele conta que ainda não teve acesso ao benefício financeiro.

“Fiquei na mão. Preciso do carro para viajar, devido ao meu trabalho, mas desde outubro estou esperando o acordo. Fizemos o acordo e eles [a empresa] não cumpriram. Agora, o documento do carro veio em meu nome e, até agora, ninguém sabe me explicar onde meu carro se encontra”, relatou Sousa.

O produtor também conta que foi, acompanhado de um advogado, até Contagem, local onde fica a matriz da empresa, para tentar negociar. Lá, ele recebeu três cheques. O primeiro foi compensado. Mas, ao tentar descontar os outros dois cheques, a surpresa: todos voltaram e deixaram o produtor artístico com um prejuízo de mais de R$ 13 mil.

“É muito triste. Você confia, faz o plano, eles te prometem fundos e acabei na mão. Para viajar, hoje, tenho que alugar veículos para fazer o meu trabalho e isso fica muito caro”, afirma.

Conforme o Procon, os casos que envolvem danos coletivos foram encaminhados ao Ministério Público para apuração. A orientação para casos individuais é que as vítimas procurem a Justiça.

Nas redes sociais da empresa, foi divulgado um comunicado sobre o fechamento da unidade em Divinópolis. No texto, há um e-mail para que o associado entre em contato mas, segundo Sousa, os e-mails enviados não são respondidos.

Fonte: Globo.com/ g1