O CVG-SP realizou ontem, 3 de março, o primeiro evento do ano, com a palestra de Osvaldo Nascimento, presidente da FenaPrevi, em São Paulo.

Com o tema “O mercado de Seguros de Pessoas e Previdência para 2015 na visão da Fenaprevi”, ele explanou sobre o cenário econômico mundial e trouxe alguns dados do mercado, a fim de mostrar o caminho a ser percorrido pelo ramo de seguros de pessoas e previdência no Brasil.

No início da palestra, Osvaldo Nascimento explanou sobre o cenário econômico dos principais países do mundo e do Brasil, e como isso influencia no mercado de seguros e, principalmente, no segmento de pessoas. “O Brasil está passando por momento difícil, porque conjugou diversos fatores negativos e positivos, e acabou de certa forma tendo saída econômica saudável. No caso brasileiro, temos uma equação que traz o preço do petróleo que caiu. Grande parte dos investimentos da Petrobrás está ligado ao pré-sal, que está baseado no preço mínimo de petróleo, e do jeito que está hoje, abaixo dos US$ 50 o barril, coloca em risco outros investimentos, já que a Petrobrás tem um peso grande no PIB, que corresponde por mais de 12%, e qualquer falta de investimento traz um impacto grande, que afeta a cadeia de fornecedores, em termos de emprego e fiscais”, explica Nascimento.

Para ele, o fator mais relevante e que afeta o mercado como um todo é a classificação do risco do país, pois ao perder investimentos gera a falta de capacidade de captação das empresas. “Porém, acredito que o Brasil tem uma visão mais pessimista do seu cenário do que é realmente. Por isso acredito em um crescimento de 10% do mercado de seguros, o que é relevante por todas as mudanças que o país está passando”.

Perspectivas

Para isso, Nascimento apresentou as propostas da Fenaprevi para que o desenvolvimento e crescimentos dos segmentos de coberturas de pessoas que, entre muitas, estão a regulamentação de nova família de planos, com características de mais longo prazo;desenvolvimento do mercado de annuities no Brasil; regulamentação do VGBL S aúde; regulamentação de planos universal life; regulamentação de planos voltados à filantropia; oferecimento de recursos da PMBAC como garantia de empréstimos e financiamentos tomados junto à instituições financeiras; e viabilização dos VGBL’S instituídos: aportes da pessoa jurídica não constituirem remuneração de dirigentes e empregados.

“Por isso, é preciso termos dois alicerces bem fundamentados: investir em educação financeira da população e melhorar a comunicação e transparência nos produtos para que o consumidor saiba o que é que está comprando”.

Porém, ele enfatiza que o principal desafio dos planos com cobertura por sobrevivência é a aplicação de recursos de provisões, reservas técnicas e fundos, em ativos garantidores. “O propósito do setor é continuar alongando seus ativos, mas dentro de regras onde a seguradora seja uma responsável dos ativos e não a dona desses ativos, ou seja, a seguradora tem a responsabilidade de aplicar os ativos de acordo com a regra escolhida pelo segurado e não definir a regra que se aplica a ele. Por isso, há uma discussão longa, com várias reuniões na Susep, mas acredito que em breve essa equação será resolvida”.

Segundo estudos divulgados pela Fenaprevi, em 2014 a Previdência chegou a uma receita de mais de R$ 83 bilhões, um crescimento de 20% em relação a 2013, sendo que 85,19% desse montante é de VGBL, 10,16% de PGBL e 4,62% de produtos tradicionais. Já as provisões técnicas somaram R$ 431,736 bilhões no ano passado.

O prêmio de seguro de pessoas somou quase R$ 3 bilhões em 2014, sendo que os principais ramos que cresceram foram de Vida com o acumulado de 40,67%, Prestamista 28,84% e Acidentes Pessoais 17,92%.

No final, o presidente da Axa Seguros, Philippe Jouvelot, falou da importância de levar o Seguro Pessoas e Previdência para a população, para que haja um crescimento ainda maior desse ramo. “No Brasil há a necessidade de desenvolver esse mercado, assim as empresas de seguro crescerão juntamente com o mercado. Há um nicho muito grande a ser conquistado”.

Fonte: Revista Cobertura